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terça-feira, 28 de abril de 2015

Lançamento do livro "Estalos e Faíscas das Asas do Vento" do poeta Marcos Peralta


Contagem regressiva para o Lançamento do livro "Estalos e Faíscas das Asas do Vento", do poeta Marcos Peralta, dia 30 de abril, às 16h na Praça Piedade. O lançamento, aberto ao público, acontece durante a realização da 9ª Edição da retomada da Praça Nacional da Poesia: A Piedade - Sarau - Além das Sete Praças promovido pelo Coletivo Poesia. Além das Sete Praças, contará com participação da Conexão Estalos e Faíscas, do grupo musical Som De Cumbia e dos poetas Walter César, Semírames Sé, Luciana Estrela e Tiago Gato Preto, Simone Sento Sé, dentre outros trovadores.


A Feira do Livro na UFBA é dia 30/04. Não Percam!

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segunda-feira, 27 de abril de 2015

Fundação Pedro Calmon lança II Concurso para Escritores Escolares de Poesia e de Redação 2015

Na manhã desta quinta (23), foi lançado o II Concurso para Escritores Escolares de Poesia e de Redação 2015, iniciativa da Diretoria do Livro e da Leitura da Fundação Pedro Calmon/SecultBA que tem como objetivo sensibilizar os estudantes para o ato da escrita criativa, revelar novos talentos e promover a integração entre as escolas das redes pública e privada do estado. Em 2014, o Concurso premiou nove estudantes e concedeu três menções honrosas. O lançamento do Concurso ocorreu na Biblioteca Infantil Monteiro Lobato (Nazaré) e tem inscrições gratuitas abertas até o dia 25 de maio.

O concurso é voltado para estudantes do Ensino Fundamental I, II e Médio e de acordo com regulamento cada estudante poderá se inscrever com apenas um poema e/ou uma redação − ficcional ou não e de temática livre – e as obras devem ser inéditas, ou seja, não podem ter sido publicadas, impressas, e/ou classificadas em qualquer outro concurso. A professora da Creche Escola Andree Maguil, de Simões Filho, que estava presente no lançamento, já se prepara para inscrever seus alunos. “Lá sempre buscamos levá-los a espaços culturais para ampliar a formação. Temos muitos lá que adoram escrever e vamos inscrevê-los”, contou. Uma delas é Vitória Nicole, de 8 anos, que já tem seu tema. “Adoro escrever e penso em escrever sobre a Emília. Gosto muito dela”, disse a pequena.

Para João Vanderley de Moraes Filho, diretor do Livro e da Leitura, a ação é uma política pública que visa criar um impacto nas crianças e jovens, envolvê-los no ambiente da leitura e levar este estímulo para as famílias. “Os ganhadores levam livros como premiação e isso já vai atingir toda a família. Assim, envolvemos os espaços onde se constroi leitores, na biblioteca, em casa e na escola, que é onde se tem o maior índice”, frisou. Os vencedores em 1º lugar ganham 100 livros, o 2º ganham 75 e o 3º leva 50 livros para casa. Os que ganham Menção Honrosa também serão premiados, com 50 livros. Acesse o REGULAMENTO AQUI.


Texto: Cintia Souza

Debate levantou temática dos direitos autorais em tempos do e-book

A Diretoria do Livro e da Leitura (DLL) da Fundação Pedro Calmon/SecultBa, responsável pela execução de políticas públicas de fomento ao livro, realizou na tarde desta quinta-feira (23), uma mesa redonda com o tema “O direito autoral nos tempos do e-book”. O evento, que aconteceu na Sala Alexandre Robatto (Barris), contou com a participação do distribuidor de livros, Primo Maldonado, do jornalista e presidente da União Baiana de Escritores (Ubesc), Roberto Leal, e do doutorando em direitos autorais e culturais (UFBA), Eduardo Gomes. Mediados pelo diretor da DLL, João Vanderlei de Moraes Filho, os participantes discutiram as vantagens e desvantagens da produção literária digital do ponto de vista autoral.

O jornalista e presidente da Ubesc, Roberto Leal trouxe à discussão a dificuldade enfrentada pelo autor independente na publicação de seus primeiros trabalhos. “Direitos autorais, na minha visão hoje, só cabem àqueles escritores e autores, que têm nome, que vendem muitos livros, que tem contratos com grandes editoras. Autores novos, que tem muitas vezes que pagar do próprio bolso sua publicação, não tem direitos autorais”, afirmou Roberto Leal. “Como pagar direitos autorais a um escritor independente que não vende e que luta para divulgar o seu trabalho?”, questionou. O jornalista esclareceu, ainda, que a publicação digital é a opção mais viável encontrada por muitos autores iniciantes.

Já o distribuidor de livros, Primo Maldonado chamou atenção para a necessidade de criação de políticas de formação do autor e do leitor. “Quando surgiram as tecnologias, como o e-book, surgiram também as dúvidas se o livro de papel iria suportar a concorrência, mas hoje se fala do calvário do livro digital, enquanto não se tem dúvidas de que o livro impresso irá prevalecer. A principal questão para mim é a formação do autor e do leitor. Precisamos de políticas de formação como a criação de escolas de escritores, encontros, reuniões, etc.” afirmou Maldonado, que ainda falou sobre a necessidade de encontrar formas de atrair o leitor, acima da necessidade de se discutir o formato da obra em si.

O doutorando em direitos autorais e culturais, Eduardo Gomes, tirou dúvidas do público presente acerca do tema, do ponto de vista legal, além de esclarecer os direitos envolvidos na produção intelectual. João Vanderlei de Moraes Filho, diretor da DLL e mediador do debate, disse que o encontro faz parte de um conjunto de estratégias e ações para o desenvolvimento de políticas para a democratização do acesso ao livro e à leitura, a promoção da leitura como prática social e o desenvolvimento da economia do livro. João Vanderlei afirma que a escolha do tema partiu da observação de que se diminuiu o hábito da leitura de livros, porém, houve um crescimento no número de leitores digitais e na produção de textos para o meio virtual. “Hoje você pode criar um blog ou utilizar das redes sociais e do meio virtual para isso. Mas como é que fica esse texto? A quem pertence, se uma pessoa chega lá e absorve o seu texto? Muitos autores hoje já não publicam mais o seu texto impresso, preferem publicar digitalmente, ou em blogs. E esse encontro veio para discutir essas especificidades, esses direitos de produção e acesso”, concluiu João.

Texto: Jamile Menezes
Fonte: http://www.fpc.ba.gov.br/debate-levantou-tematica-dos-direitos-autorais-em-tempos-de-e-book/















quinta-feira, 16 de abril de 2015

Escritores Escolares da Bahia: Fiquem de olho no período de inscrição

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Livros são "esquecidos" na cidade de São Paulo

Não estranhe se, a partir do dia 23 de abril, você encontrar um livro em um banco do metrô, de um ônibus, em uma estação rodoviária ou até aeroporto. Pode pegá-lo e levar, pois ele foi "esquecido" de propósito para incentivar a leitura. Mas não se esqueça de depois da leitura deixá-lo novamente em qualquer local para que outras pessoas também o leiam. O projeto Viajando na Leitura, desenvolvido pelo Grupo Projetos de Leitura, com voluntários que deixarão os livros "esquecidos" por aí, espalhados pela cidade de São Paulo, se inicia em 23 de abril, dia em que é comemorado o Dia Mundial do Livro.

Serão utilizados no projeto 300 exemplares dos livros "Nos bastidores do cotidiano" e "Espiando o mundo pela fechadura". Na capa de cada livro contém um adesivo com a frase LEIA-ME E ME ESQUEÇA POR AÍ e na primeira página a informação ao leitor para que, após a leitura, "esqueça" o livro em outro local, para dar continuidade ao projeto. Para Laé de Souza, que é o coordenador do Grupo Projetos de Leitura, o estilo da obra utilizada contribui para o sucesso, uma vez que esses leitores "casuais" não são obrigados a ler o livro completo, pois as obras disponibilizadas apresentam crônicas com histórias curtas que podem ser lidas individualmente e de forma rápida. "Acredito que a única forma de incentivar o hábito da leitura é permitir que o leitor tenha um contato mais íntimo com o livro. É importante ler não só livros de conteúdo rebuscado, mas, histórias que aproximem o leitor da sua realidade", esclarece.

O escritor ainda resume a importância do projeto: "afinal a proximidade com o livro, permite que o indivíduo desenvolva melhor a sua ortografia, imaginação e criatividade, criar muitos universos e desfrutar de muitas histórias interessantes. Encontrar um livro por aí, pode criar curiosidade e despertar o interesse pela leitura. Por que não?"

Grupo Projetos de Leitura 
O Grupo Projetos de Leitura, que iniciou seu trabalho em 1998, reúne vários projetos de incentivo à leitura aprovados pelo Ministério da Cultura. Com sede em São Paulo, o Grupo atua em todo o território nacional desenvolvendo projetos sem fins lucrativos, com o objetivo de vencer um dos maiores desafios encontrados pelos professores e amantes da literatura: desenvolver o hábito da leitura.

Sobre o autor 
O escritor Laé de Souza é cronista, dramaturgo, Produtor Cultural, bacharel em Direito e Administração de Empresas, autor de vários projetos de incentivo à leitura, de livros infantis, juvenis e adultos e coordenador do Grupo Projetos de Leitura há dezessete anos. 

Mais informações:
www.projetosdeleitura.com.br
Telefones.: (11) 2743-9491 / 2743-8400

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Análise de preços de livros: novidades importantes e um erro persistente, por Felipe Lindoso

O Sindicato Nacional de Editores de Livros (Snel) e a Nielsen Bookscan apresentaram seu primeiro Painel das Vendas de Livros no Brasil. Trata-se de uma iniciativa importante e significativa. O Painel da Nielsen Bookscan tem como principal vantagem a medição direta, na boca do caixa, das vendas feitas pelas empresas que instalaram o programa em seus sistemas. Isso elimina a chamada expansão dos dados, mecanismo estatístico que permite inferir o resultado total a partir de uma amostra significativa.

Nesse sentido, temos dados de venda de livros com um grau de confiabilidade muito superior ao da pesquisa antiga feita agora pela Fipe, a partir de iniciativa que começou lá nos anos 1990. Nessa pesquisa – que até agora era iniciativa conjunta da CBL e do SNEL – as editoras preenchem formulários com as informações pertinentes, que são então processadas. São dados, portanto, provenientes dos produtores (editoras), que declaram suas vendas para o governo (em vários níveis) e para o mercado, seja diretamente para as livrarias ou para os distribuidores. Além das vendas, essa pesquisa produz resultados sobre a produção (títulos e exemplares). As vendas para o Governo Federal são precisas – é o FNDE que informa, detalhadamente, a quantidade de exemplares adquiridos e o valor pago.

A primeira e mais notável diferença, portanto, é a do universo dos informantes. A pesquisa da Nielsen Bookscan informa a quantidade de ISBN comercializados, e não a quantidade total de títulos produzidos naquele período.

Um dado importante a se considerar na pesquisa da Nielsen Bookscan é o universo das empresas que fornecem os dados. É constituído integralmente pelas grandes redes, seja de livrarias, seja de supermercados (que já fornecem informações para a Nielsen relacionadas com outros produtos, como eletrodomésticos, etc., e há muito mais tempo). As livrarias independentes estão totalmente fora desse universo (e também, geralmente, não têm condições econômicas de comprar as informações completas que a Nielsen vende para grandes empresas, editoriais ou não. Mas essa é outra discussão).

Essa característica do levantamento não é sem consequências. Quando a Nielsen menciona que seus dados não são expandidos, quer dizer efetivamente que as informações dadas por seus parceiros não passam por esse processo. Mas é importante notar que o desempenho do conjunto do mercado editorial vai além das grandes redes, notadamente as livrarias independentes e as vendas para entidades públicas fora do governo central. Estados (principalmente São Paulo, mas não exclusivamente), e municípios de vários portes, compram livros, seja para as escolas, seja para bibliotecas. O segmento do porta-a-porta também fica fora da pesquisa, e vem crescendo significativamente nos últimos anos.

A ausência das livrarias independentes e do porta-a-porta pode até não ser muito significativa em termo dos valores totais movimentados (mais uma vez, sem quantificar essa diferença, tudo é chute, suposição). Mas, sobretudo, não engloba o conjunto do fenômeno da bibliodiversidade da nossa produção editorial. As livrarias independentes – até por conta das dificuldades impostas em termos de descontos e prazos pelas editoras – não vendem tantos best-sellers, mas (suponho) vendem muitos títulos em áreas não necessariamente cobertas pelas vendas nas grandes redes. Para citar um segmento importante (e sempre mal-estudado), o dos livros religiosos. O livro do bispo Macedo e dos padres “estrelas” já escaparam dessa categoria, mas isso não significa que sejam insignificantes as vendas – de títulos e exemplares – de uma enorme quantidade de outros autores. Além dos livros religiosos, áreas como educação, psicologia, ciências sociais, quase seguramente estão sub-representadas nas vendas das grandes cadeias.

Uma ferramenta interessante da pesquisa da Nielsen Bookscan é a que permite estabelecer os descontos oferecidos pelos varejistas. A Nielsen sabe o preço de capa “oficial” e coleta os preços efetivamente praticados. Ou seja, os descontos dados pelos varejistas informantes, na média. É um dado importante. No entanto, mais uma vez, não se sabe até que ponto isso representa em termos de médias nacionais, já que a experiência mostra que o desconto nas livrarias independentes é geralmente menor (e não por vontade delas, diga-se, e sim pelas condições impostas pelas editoras e distribuidoras aos pequenos varejistas).

Um dado ausente, e que talvez possa ser recuperado na pesquisa da Nielsen Bookscan, é o do ticket médio, principalmente se for dividido por canais (grandes redes, em geral, e varejo eletrônico). Esse dado permitiria um acompanhamento de quanto os consumidores de livros estão dispostos a pagar em cada compra de livros. Fica a sugestão.

Essa informação é diferente do principal problema da pesquisa da Nielsen Bookscan, assim como o da pesquisa Fipe-CBL/Snel, que é a insistência no mito de que o faturamento reflete “preços médios” de livros.

Isso é um absurdo total, que persiste nessas pesquisas certamente por insistência das entidades, que pretendem “provar” continuadas diminuições do “preço do livro” no Brasil.

Essa brincadeira (para não usar outros adjetivos) pretende insinuar – esse é o verbo – que o “preço médio” dos livros pode ser inferido com a soma do preço de um livro de R$ 50,00, mais um de R$ 100,00, dividido por dois. Multiplique-se a variedade de preços de livros e divida-se pelo número de exemplares vendidos e se acha o tal “preço médio”.

No dia 7 de dezembro de 2011 publiquei um post, no blog O Xis do Problema sobre o assunto.

Essa história, sinceramente, me cansa. Por isso, tomo a liberdade de reproduzir abaixo os trechos principais do meu raciocínio, nada esotérico.

Antes disso, porém, quero deixar clara minha satisfação com a iniciativa do Snel de fazer o convênio com a Nielsen Bookscan. Os dados são significativos e precisos – desde que se leve em conta suas características, e a ênfase na importância dos metadados para a qualidade das informações retoma um tema sobre o qual também venho insistindo muito.

Mas, vamos ao trecho em questão. Lembrem, o post é de dezembro de 2011 e se intitulava “’Preço médio’ dos livros: uma ficção aritmética”.

“Preparei uma tabela hipotética considerando uma lista de best-sellers, o desconto de 50% sobre o preço de capa, um número de exemplares vendidos e o faturamento das editoras por título.

Ficou assim:




Na segunda coluna, depois do “nome do livro”, temos o preço de capa; na terceira, a quantidade de páginas; na quarta, o faturamento bruto da editora por exemplar; na quinta, uma projeção de quantos exemplares se venderam em um ano; e, na sexta, o faturamento bruto total da editora por cada livro.

Ou seja: para um milhão de exemplares vendidos, teríamos um “preço médio” para as editoras, de R$ 18,20. Reitero: preço médio para as editoras porque é disso que trata o cálculo da pesquisa. Os preços reais praticados nas livrarias podem variar muito mais, dependendo dos descontos que cada rede consiga, etc, etc.

Vejam bem, nessa tabela só considero duas variáveis: o número de páginas por livro e o preço de capa. Não considerei o formato nem o tipo de papel usado.

Vamos imaginar que, no ano seguinte, livros com as mesmas características (número de páginas e preço de capa) entrassem na lista de best-sellers. Não os mesmos livros, mas outros, repito, com as mesmas características. Só que em posições diferentes na lista, quer dizer, no n&uac

Ficaria assim:




Vejam bem. São livros com exatamente a mesmas características. Só mudou sua “posição” na nossa lista de best-seller e, por conseguinte, a quantidade de livros vendidos. E só aí teríamos um “preço médio” quase 5% mais baixo.

Pensem agora em quase 50 mil títulos por ano (na verdade a quantidade de títulos disponíveis a cada momento é muito maior), com características diferentes, preços diferentes, descontos para livrarias diferenciados, quantidade vendidas diferentes de cada título e fica evidente apenas uma coisa: “preço médio” baseado na divisão do faturamento por unidades vendidas é apenas e tão somente conversa para boi dormir.

Essa conversa sonolenta continua embalando bois e outros ruminantes.



Felipe Lindoso é jornalista, tradutor, editor e consultor de políticas públicas para o livro e leitura. Foi sócio da Editora Marco Zero, diretor da Câmara Brasileira do Livro e consultor do CERLALC – Centro Regional para o Livro na América Latina e Caribe, órgão da UNESCO. Publicou, em 2004, O Brasil pode ser um país de leitores? Política para a cultura, política para o livro, pela Summus Editorial. Mantêm o blog www.oxisdoproblema.com.br


Fonte: 
http://www.publishnews.com.br/telas/colunas/detalhes.aspx?id=81354#.VSapNu8gDoo.facebook